terça-feira, 23 abril, 2024
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Teatro Experimental fortalece a Cultura de Alta Floresta com uma história de 32 anos

O Teatro Experimental tem uma importância muito grande para Alta Floresta. Desde sua fundação, contribuiu para divulgar a cultura do município nos mais diversos lugares de nosso país, além das pessoas que passaram pelo grupo e resolveram prosseguir com a carreira, seja de ator, diretor ou técnico teatral.

O Teatro Experimental de Alta Floresta, foi fundado em 1988 e ao longo de seus 32 anos, produziu 63 espetáculos teatrais, sendo: 23 infantis, 40 adultos, 02 resultantes de curso e 06 montagens de A Paixão de Cristo, cujas produções e o elenco base, eram do Grupo e envolvia cerca de 100 pessoas da comunidade. Atualmente, está em seu repertório o espetáculo “Dom Quixote”, texto de Antônio José da Silva (O Judeu), adaptado e dirigido pelo diretor português, Horácio Manuel, montado no ano de 2008, Todo Mês Sangra e Concreto Contra Flexa.

Dentre as ações permanentes que o Grupo realiza está a biblioteca de acervo voltado principalmente para as artes, com obras nas áreas de teatro, literatura, artes plásticas, fotografia, cinema, cultura popular, filosofia, história, humanidades, dentre outras; Curso Livre de Teatro – o curso existe desde o seu reconhecimento do Grupo como Ponto de Cultura e atende crianças, jovens e adolescentes.

Na área do audiovisual o grupo realizou os documentários “SISCOS – Sistema de Comercialização Solidária” (2012) e “Sementes do Portal” (2013). O Grupo também foi a base, de elenco e de produção, na realização do filme curta-metragem “Vestígios do Tempo”, com roteiro e direção de Ronaldo Adriano. Primeira obra cinematográfica feita por um realizador de Alta Floresta.

Observando a trajetória do TEAF, apontamos como destaque montagens que buscaram levar à cena questões relacionadas com o contexto da cidade e da formação (ou reocupação) da Amazônia mato-grossense a partir dos projetos de colonizações privadas iniciadas na década de 1970. A cidade é fundada, por exemplo, em 1976.

Dentre estes espetáculos estão “Fragmentos de Vida” (1996/2006), primeiro trabalho com dramaturgia própria, cuja organização dramatúrgica e direção foram de Agostinho Bizinoto, membro fundador e um dos mestres do TEAF; “Bateia”, texto também de Agostinho Bizinoto, estreado em 1999 e reestreado em 2003; “A Santa Joana dos Matadouros” (2012), de Bertolt Brecht, sob a direção de José Regino, membro do grupo Celeiro das Antas, de Brasília/DF; e “Concreto contra-Flexa” (2017), dramaturgia de Lúcio Pêssoa (autor de Pernambuco) e direção de Eduardo Machado. Este no repertório atual.

“Fragmentos de Vida” estreou em 1996 e se manteve no repertório do grupo até 2007, sendo que em 2006 houve uma remontagem. A dramaturgia partiu de estudos sobre a formação da região e o texto foi organizado por Agostinho Bizinoto com produções de autores diversos, dentre os quais o próprio Agostinho e outros membros do TEAF. O espetáculo e a encenação foi concebida para espaço convencional e transcorria com “flashs”, como dizia o diretor e dramaturgo, que retratavam períodos da história local desde a expulsão dos índios, chegada de colonos advindo da região sul (na maioria do Paraná), a invasão dos garimpeiros e problemas vivenciados pela cidade naquele início dos anos de 1990, como o desmatamento, queimadas, dificuldades de transporte com estradas precárias, doenças comuns na região e a uma forte crise na geração de energia elétrica (à época produzida com motores estacionares sucateados movidos a diesel).

Em “Bateia”, texto também de Agostinho Bizinoto, estreado em 1999 e reestreado em 2003, cuja dramaturgia buscou se inspirar e retratar, de maneira ficcional, o garimpo de ouro na região. A cenografia reproduzia um barraco coberto com lona plástica e alguns objetos comumente encontrados nas moradias improvisadas em meio à floresta. Era uma montagem concebida para espaço à italiana que facilmente conseguíamos adaptar em espaços bastante precários na região, como igrejas, salões paroquiais, associações, escolas etc. Foi uma das peças que mais circulou no norte mato-grossense.

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