quinta-feira, 25 abril, 2024
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Preço médio da saca de soja em alta até para o ciclo 2021/22

Cotações embaladas pela alta do dólar e pelo cenário de pouca oferta de grão disponível – o que gera prêmios adicionais à saca – criaram um ambiente inédito de negócios em Mato Grosso: o da comercialização antecipada da soja em mais de 17 meses, movimento que até então se observava entre os cotonicultores.

Nesse novo ‘normal’ do mercado em 2020, o Estado já vendeu mais de 50% da soja que começa a ser plantada em menos de 30 dias e quase 1,30% do grão que vai ser cultivado a partir de setembro de 2022.

Seja qual for o ano data da entrega, os valores fechados atualmente estão acima dos R$ 100 e dos US$ 9 por bushel, conforme precificação da Bolsa de Chicago.

Bushel é um padrão de medida norte-americano que equivale a 27,21 quilos é a referência para os negócios internacionais.

Conforme dados do Boletim da Soja divulgado na última segunda-feira pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) a saca a ser entregue em março de 2021 teve cotação média apurada em US$ 9,18 por bushel, ou, de até R$ 107.

Enquanto isso, na semana passada os preços na CME-Group (Chicago) fecharam pouco acima dos 9 US$/bu, uma valorização de 1,92% em relação a semana anterior.

“Em Mato Grosso, a alta do dólar influenciou o indicador Imea/MT, que fechou o período com média de R$ R$ 120,28/SC no disponível, alta de 4,78% frente a semana anterior. Para a safra 2020/21, os preços praticados no Estado variaram de R$ 96/sc a R$ 107/sc, sendo que em algumas praças alcançaram o patamar próximo de R$ 102 para a temporada 2021/22”, dizem os analistas do Imea.

De repente, os produtores mato-grossenses estão duplamente focados na venda da produção, de duas safras ao mesmo tempo, na ânsia de fechar negócios que garantam a rentabilidade da produção.

Da safra 2019/20, quando foram colhidas 35,40 milhões de toneladas (t), um novo recorde ao Estado, 97,22% desse total estão vendidos, um movimento que revela um avanço anual de mais de 10 pontos percentuais (p.p.) em comparação com o mesmo mês do ano passado.

Além disso, a produção estimada para a nova temporada, em 35,18 milhões t, tem 50,54% de sua projeção já comprometida, o dobro do que estava contabilizado até agosto do ano passado.

“A forte demanda interna e externa por soja mato-grossense vem gerando boas oportunidades de negócio ao produtor do Estado. As regiões mais avançadas nas vendas são a norte e médio norte, as mesmas que estão mais aceleradas em relação à venda da soja disponível”.

Os analistas destacam ainda que a comercialização de 1,29% da produção esperada para a temporada 2021/22 mostra o quanto o produto mato-grossense tem competitividade no cenário mundial. Movimento esse que consolida Mato Grosso como um grande concorrente, “fortalecendo o produtor, os negócios e a cotação do grão”.

Para a safra 2020/21, o Imea projeta uma oferta de 35,18 milhões t, recuo de 0,62% ante a temporada anterior. A área deve avançar sobre a marca de 10 milhões hectares, superfície que se confirmada, será 2,23% maior que o consolidado no ciclo passado. O custo total do hectare deve passar de R$ 3.908,04 em 2019/20 para R$ 4.144,44, investimento recorde para série histórica da soja em Mato Grosso.

QUASE LÁ – Como alertam os analistas do Imea, a partir do dia 15 de setembro se encerra o período proibitivo às plantas vivas de soja, o chamado Vazio Sanitário, e com isso produtores de Mato Grosso podem iniciar a semeadura.

Porém, nem apenas a legislação direciona a atividade. O clima é um grande fator a ser considerando na tomada da decisão de retomar os trabalhos no campo.

“Segundo as previsões do NOAA, dos Estados Unidos, setembro pode ter chuvas irregulares e abaixo da média em várias regiões do Estado, o que preocupa os produtores que cultivam algodão segunda safra, pois muitas vezes precisam arriscar a semeadura da soja ainda ‘no pó’ para dar tempo de colher a oleaginosa e cultivar o algodão dentro da janela ideal”.

A previsão para outubro, por outro lado, indica que a chuva pode ficar próxima da percebida nos últimos anos em Mato Grosso.

Já para os dois meses finais do ano as perspectivas apontam chuva em maior quantidade em quase toda região central do Brasil, podendo favorecer o desenvolvimento reprodutivo da soja.

Por fim, vale ressaltar que alguns modelos climáticos apontam a possibilidade de ocorrência de La Niña no final de 2020, o que pode trazer impactos (menos chuva) para as regiões ao sul do Brasil.

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