sexta-feira, 29 março, 2024
InícioGERALMT terá R$ 49 milhões da Lava Jato para combate ao desmatamento

MT terá R$ 49 milhões da Lava Jato para combate ao desmatamento

Para o ano de 2020, as ações da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) deverão ser incrementadas. Para isso, o órgão estadual recebeu recurso da ordem de R$ 49 milhões da Lava Jato, por meio do Fundo da Petrobras, para o combate ao desmatamento ilegal. “Com isso, vamos conseguir aumentar de forma expressiva o contingente de pessoas que estarão em campo atendendo os alertas de desmatamento em tempo real”, informou a secretária de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti.

Mato Grosso, no entanto, registrou um incremento de 40% do desflorestamento na região amazônica em janeiro deste ano se comparado ao mesmo período de 2019, segundo dados do Instituto Imazon. “O Estado de Mato Grosso tem uma preocupação muito grande com o aumento do desmatamento não só porque este índice impacta em todo o desenvolvimento econômico, no comércio de nossos produtos como também porque causa um impacto ao meio ambiente difícil de ser revertido”, disse.

Por isso, o Estado vem implementando desde o ano passado diversas ações para o combate e o controle. “Implantamos a Plataforma Planet, que nos permitiu controlar o desmatamento enquanto nossos estados vizinhos avançaram vertiginosamente e aumentaram muito o desmatamento em seus territórios, Mato Grosso conseguiu manter controlado e o nosso objetivo é reduzir a zero o desmatamento ilegal”, afirmou Mauren Lazzaretti em entrevista ao Bom Dia Mato Grosso da TVCA.

Ela explica que a “Planet” começou a operar em setembro do ano passado e veio como uma ferramenta de tecnologia para orientar as ações de combate em campo. “Com informação adequada de onde está o alerta do desmatamento nós conseguimos analisar, verificar o que é licito ou ilícito, colocar equipe em campo exatamente onde o desmatamento está ocorrendo no tempo em que está acontecendo e isso nos permitiu conduzir coercitivamente os infratores e apreender os maquinários de forma a evitar que o desmatamento aumente”.

Além da possibilidade de estar no local em tempo mais rápido e de forma mais eficiente, a Plataforma Planet auxilia a encaminhar aos infratores um alerta, via e-mail. “Além disso, temos uma estrutura de call center para entrar em contato, avisar para os produtores ou proprietários daquela área que nós já visualizamos o desmatamento e para que paralise aquele desmatamento ilegal e procure a Secretaria para regularizar a situação. Não basta só controlar o desmatamento, nós precisamos que seja regularizado”, reforçou.

Segundo Lazzaretti, a preocupação é com os três biomas existentes no Estado, sendo eles, o cerrado, Amazônia e o pantanal. “Nós temos uma preocupação com a floresta amazônica porque é onde está mais concentrado o arco do desmatamento no Estado, mas também nos preocupamos expressivamente com o cerrado, especialmente, na área de expansão onde existe uma pressão maior. Nossas energias serão concentradas exatamente nos municípios que apontarem pelos alertas diários da Plataforma Planet que está havendo desmatamento”, afiançou.

No Estado, há diferentes fatores que levam a derrubada ilegal. “Temos a maior parte do desmatamento em áreas privadas, mas ainda temos uma grande parcela ocorrendo em assentamentos rurais e também em áreas em que nós não sabemos a quem pertence. O que nos preocupa é uma consciência equivocada e que parece permear na população de que haverá impunidade, de que existe agora o salvo conduto para que se faça o desmatamento pela possibilidade de sobrevir uma anistia. O Estado de Mato Grosso em hipótese alguma compactua com isso. A nossa tolerância é de fato zero contra o desmatamento ilegal”, assegurou.

Lazzaretti destacou ainda que a orientação do governador Mauro Mendes é combater veemente a derrubada ilegal. “Porque o legal está sendo trabalhado pela secretaria para que ele possa existir e possa ser emitido num tempo razoável para o cidadão. Nós, temos que inverter os polos e a maioria do desmatamento tem que ser lícito. O órgão trabalha para reduzir o tempo de análise e eliminar a burocracia desnecessária e tornar o processo transparente para que a população sinta segurança de vir para licitude”, destacou.

DADOS – Em janeiro deste ano, o Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD) do Imazon detectou 188 quilômetros quadrados de desflorestamento na Amazônia Legal, um aumento de 74% em relação a janeiro de 2019, quando a devastação somou 108 quilômetros quadrados. Do total, Mato Grosso destruiu 49 quilômetros quadrados, respondendo por 26% do desflorestamento no mês passado, perdendo apenas para o Pará, que foi responsável por 28%. Após vem Rondônia (15%), Amazonas (13%), Roraima (13%), Acre (4%) e Amapá (1%).

Em relação a janeiro de 2019, quando 39 quilômetros quadrados foram desflorestados, o Estado teve um incremento de 40%. Segundo o Imazon, as florestas degradadas na região somaram 163 quilômetros quadrados em janeiro de 2020, enquanto que em janeiro de 2019 a degradação florestal detectada totalizou apenas 11 quilômetros quadrados. Em janeiro de 2020 a degradação foi detectada no Mato Grosso (78%), Pará (15%), Rondônia (2%), Roraima (2%), Acre (1%), Amazonas (1%) e Tocantins (1%).

Ainda, em janeiro de 2020, a maioria (66%) do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. O restante da destruição da vegetação foi registrado em assentamentos (21%), terras indígenas (11%) e unidades de conservação (2%).

Participe do nosso grupo de Whatsapp

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Mais popular

Feito com muito 💜 por go7.com.br
Pular para o conteúdo