quarta-feira, 24 abril, 2024
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Milho vai do recorde à consolidação do protagonismo no agro de MT

O milho safrinha – diminutivo só no nome – fechou o ano de 2020 com recordes, saldos históricos desde a área plantada, passando pela produção, comercialização e cotações.

Aliado a esse cenário positivo, a oferta – mesmo expandida de um ciclo ao outro – ficou aquém, favorecendo a guinada dos preços.

Como apontam os analistas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a retrospectiva do cereal é positiva e aponta para um cenário benéfico em 2021, alicerçado pela evolução do etanol de milho, o que assegura consumo interno à produção.

A área da safra 2019/20 de milho teve um crescimento de 11% em relação à temporada passada, saindo 4,87 milhões de hectares para 5,41 milhões de hectares.

A superfície cultivada não garantiu o melhor dos rendimentos, cravando 109,02 sacas por hectare.

Apesar dessa queda anual sobre o rendimento, a produção registrou recorde na série histórica, com 35,45 milhões de toneladas.

Enquanto a oferta cresceu cerca de 4% de uma safra a outra, o consumo interno aumentou em 27,54% ante a safra passada aquecida, principalmente, pelo mercado do etanol, em plena expansão no Estado.

Os analistas destacam ainda que os volumes exportados – mesmo que menores em vista do ano anterior – apresentaram o segundo maior volume exportado por Mato Grosso, ratificando a segunda posição da pauta mato-grossense, atrás apenas da soja em grão.

“Diante de todo esse cenário de demanda doméstica aquecida, internamente os demais estados produtores do País passaram por complicações climáticas, elevando o consumo interestadual em 36,48%”, explicam os analistas do Imea.

Uma variante que também animou os produtores foram os preços comercializados, os maiores até então.

Em novembro, a atual safra fechou com média de R$ 64,22/sc, e a máxima registrada pelo Imea foi em Rondonópolis, no dia 2 de agosto, que fechou cotada a R$ 70,15/sc. Observando médias de preços, por exemplo, há uma elevação anual – até novembro – de cerca de 88%.

“Motivos para a elevação dos preços não faltaram, a moeda norte-americana variou na maior parte do ano acima dos R$ 5/US$, Por fim, as condições climáticas para a semeadura da oleaginosa não foram favoráveis, colocando a atenção dos agricultores aos possíveis impactos para a 2° safra”, alertam.

A cadência do plantio da soja, em Mato Grosso, é determinante ao milho, pois o cereal ocupa as áreas que vão sendo disponibilizadas na medida em que a colheita da soja vai avançando. Qualquer atraso, em uma dessas etapas, pode deixar o cultivo fora da janela ideal, que se encerra no final de fevereiro.

PERSPECTIVAS 2021 – Com a semeadura da soja encerrada em Mato Grosso as projeções para o trabalho a campo da safrinha indicam que até 14,11% da área estimada a ser semeada pode ficar fora da janela ideal.

Ainda assim, as expectativas da manutenção dos preços – em alto patamar – anima os produtores a aumentarem as áreas de cultivo, sobretudo, das áreas de algodão que podem ser convertidas para o milho.

Segundo o último relatório de safra divulgado pelo Imea, a próxima temporada pode crescer 5,03% na área e a produção pode registrar novo recorde, chegando a 36,29 milhões de toneladas.

“A demanda poderá continuar firme tendo em visto o aumento da capacidade de produção pelas usinas de etanol já operantes e a entrada de novas no mercado, refletindo no consumo interno forte. Além disso, o setor animal gera expectativas positivas com as exportações em alta, o que também poderá beneficiar a maior demanda pelo grão e/ou subprodutos do cereal para ração animal”.

No que se refere aos custos de produção, a próxima safra apresenta as despesas com fertilizantes e corretivos de solo mais elevadas, mesmo assim, o ponto de equilíbrio do produtor fica em R$ 22,50/sc, valor inferior às negociações realizadas dentro do Estado.

Em virtude das incertezas das áreas que poderão ser semeadas fora da janela, as atenções se voltam para as condições climáticas no cultivo da segunda safra, que poderão ser determinantes para que o produtor consiga maximizar os ganhos em produtividade até a etapa da colheita.

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