A colheita de soja em Mato Grosso está em pouco mais de 22% da área total cultivada nesta safra. No ano passado nesta mesma época, muitas fazendas estavam concluindo os serviços. Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontam um atraso de quase 73%.
A equipe de colheitadores de uma fazenda em Sorriso divide o trabalho em turnos e, por isso, dia e noite tem colheitadeiras nas lavouras.
O gerente da fazenda Josimar Garcia explica que o plantio atrasou pela falta de chuva.
“Estamos aqui na colheita de soja da safra de 2020 e 2021 a todo vapor. Agora a noite vamos colher para tirar o produto da lavoura. Nós ainda temos soja para colher porque no plantio, a chuva atrasou no início e quando começou a chover, comecei a plantar o tempo todo, não paramos e agora está praticamente tudo seco”, afirma.
Esse acúmulo na colheita de soja é algo esperado e tem ocorrido em muitas fazendas nessa safra, já que o plantio também foi realizado em um curto espaço devido ao atraso nas chuvas e falta de umidade no solo.
Os agricultores aproveitam os períodos sem chuva e aceleram para conseguir plantar a segunda safra de milho até o fim deste mês.
Em outra fazenda, o produtor Laércio Lenz, cultivou mais de 2.200 mil hectares e diz que o atraso na safra de soja também vai causar reflexos na safra do milho.
“Estamos com 30% a 35% da área colhida sendo que em anos normais a gente já estaria quase finalizando a safra. Estamos na metade de fevereiro e normalmente até dia 15 de fevereiro a gente está finalizando a safra. Esse ano a colheita vai até final de fevereiro e início de março. Além do atraso, nós temos o plantio de milho que está atrasada também e nós vamos precisar de chuvas fortes no mês de abril e em maio para conseguir ter uma produção razoável”, afirma.
Além disso, de acordo com o Imea, a área cultivada com o milho atingiu cerca de 21% no ano passado neste período e mais de 63% da área de cultivo já estava plantada.
Quanto ao algodão, na segunda semana de fevereiro do ano passado, o cultivo estava encerrado, mas este ano ainda faltam cerca de 20% das lavouras.
